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Ambulantes e pescadores de Ponta Negra não sabem como serão afetados pela obra da engorda


Enquanto segue o impasse para as obras da engorda da praia de Ponta Negra, pescadores e ambulantes seguem inseguros sem saber como será o dia a dia quando as obras iniciarem.


“Eu vivo só da venda da água de coco. Quando a obra começar eu vou viver do quê? Não sabemos se vamos receber ajuda. Até agora não chegou ninguém para falar disso”, afirma o vendedor ambulante Kerginaldo Rodrigues Câmara.


Para o pescador José Alexandre dos Santos, a pesca não será afetada pelas obras. O problema está em devolver a embarcação para a areia. “A pesca não, a pesca dá para pescar, o problema é para colocar o paquete (embarcação) para cima (na areia). Até agora ninguém falou sobre isso”, diz o pescador.


Essas dúvidas são parte também dos questionamentos feitos pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do estado (IDEMA), que solicitou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) os esclarecimentos de 17 condicionantes para a liberação da licença de instalação de obras para a engorda de Ponta Negra.


Desde a terça-feira (9), técnicos da Semurb, além de pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da empresa que irá realizar a obra, a DTA-AJM, estão analisando e buscando responder os questionamentos feitos pelo IDEMA. Para o especialista Venerando Amaro, professor do Departamento de Engenharia Civil UFRN, a obra de engorda é necessária para devolver a praia para turistas e natalenses, mas é preciso realizar manutenções e analisar com cuidado todos os pontos e impactos futuros de uma praia que não será mais a mesma.


“Para devolver a Natal o serviço que a praia de Ponta Negra Presta, nós vamos ter que enfrentar essa solução de engenharia, que não é definitiva, é muito importante a gente citar isso, não é uma solução que nós vamos fazer uma única vez e vamos tê-la para sempre. Até porque o processo erosivo se mostra cada vez mais intenso. É uma obra que, no futuro, vai ser cobrada na sua resistência, na sua resiliência e o órgão ambiental é responsável por isso tanto quanto o gestor”, explica o professor.



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