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Mercado financeiro eleva projeção de inflação para 5,39% em 2023

O cenário para a inflação neste e nos próximos anos continuou a se deteriorar no Boletim Focus em meio às preocupações fiscais e às dúvidas sobre as metas de inflação. O mercado financeiro aumentou a previsão de inflação para este ano. Segundo projeção do boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16), em Brasília, pelo Banco Central, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 5,39%. Há uma semana, o cálculo do mercado era de que a inflação este ano ficasse em 5,36%%. Há quatro semanas, a previsão era de 5,17%.


Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de alta do índice de inflação oficial para janeiro em 0,50% / Alex Régis


O percentual está acima da meta de inflação para este ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (pp), para cima ou para baixo. Assim, a meta será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.


Para alcançar a meta inflacionária, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.


A próxima reunião do Copom está marcada para 31 de janeiro e 1º de fevereiro deste ano. Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic seja mantida nos mesmos 13,75% ao ano nessa primeira reunião de 2023.


Chamou atenção, principalmente, o salto dado pela mediana para o IPCA - índice oficial de inflação - de 2025, que está fora do horizonte relevante do Copom do Banco Central. O avanço foi de 3,30% para 3,50%, de 3,10% há um mês. Para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção ficou estável, contudo, em 3,70%, de 3,50% há quatro semanas.


O Boletim Focus trouxe pela primeira vez a mediana para o IPCA de 2026, que também está em trajetória de alta, sinalizando uma desancoragem mais ampla das expectativas. A estimativa passou de 3,20% para 3,22% na última semana, contra 3,00% um mês antes.


Considerando somente as 47 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2023 passou de 5,48% para 5,40%. Para 2024, está em 3,83%, considerando 42 atualizações no período. A mediana na Focus para a inflação oficial em 2023 está bem acima do teto da meta (4,75%), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central, após 2021 e 2022. Para 2024 e 2025, os números indicados pelo Boletim Focus já estão acima do centro da meta de 3,00% (margem de 1,50% a 4,50%). Ainda não há objetivo definido para 2026.


Atualmente, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.


No Copom de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 6,0% em 2022, 5,0% em 2023 e 3,0% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela terceira vez seguida.


Outros meses


Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a alta do índice de inflação oficial (IPCA) de janeiro no Boletim Focus. A mediana ficou em 0,50%, ante 0,55% há um mês. Para o IPCA de fevereiro, a estimativa também permaneceu em 0,70%, contra 0,66% um mês antes. Já para março, a previsão para o indicador avançou de 0,49% para 0,51%. Era de 0,46% há quatro semanas.


Selic


Com a deterioração das expectativas de inflação no horizonte relevante do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o mercado financeiro voltou a elevar a projeção para a taxa Selic no fim de 2023 no Boletim Focus. A mediana subiu de 12,25% para 12,50%, contra 11,75% há um mês. Para 2024, por sua vez, a projeção permaneceu em 9,25%, de 9,00% há quatro semanas.


Considerando apenas as 34 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2023 passou de 12,38% para 12,50% Para o fim de 2024, está em 9,25%, com 32 atualizações na última semana.


No Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, o BC manteve pela terceira reunião consecutiva a taxa Selic em 13,75% ao ano. A autoridade monetária também reforçou o alerta fiscal, citando que há "elevada" incerteza sobre o futuro do arcabouço para as contas públicas.


Depois, na coletiva de imprensa do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, indicou que a autoridade monetária olharia o impacto nas expectativas de inflação da maior "sensibilidade fiscal" do mercado.


Para o fim de 2025, conforme o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, a mediana para a Selic subiu de 8,00% para 8,25%, contra 8,00% de quatro semanas antes. O boletim ainda trouxe pela primeira vez a projeção para a Selic no fim de 2026, que permaneceu em 8,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Divulgado semanalmente, o Boletim Focus reúne a projeção de mais de 100 instituições do mercado para os principais indicadores econômicos do país.


Números

0,50% - é a projeção para a inflação no mês de janeiro deste ano, segundo cálculos do Boletim Focus, do Banco Central

0,70% - é a projeção para a inflação no mês de fevereiro deste ano, segundo cálculos do Boletim Focus, do Banco Central.



Por Tribuna do Norte

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